Na madrugada desta sexta-feira (3), o Maranhão perdeu uma de suas mais notáveis figuras: a professora e pesquisadora Terezinha Rêgo, aos 91 anos. Reconhecida como pioneira no estudo da fitoterapia no estado, seu legado transcendeu fronteiras, deixando uma marca indelével no campo da medicina natural.

Terezinha Rêgo estava internada em estado grave em um hospital particular de São Luís há uma semana, após sofrer uma queda e bater a cabeça. O diagnóstico de pneumonia, posteriormente, complicou seu quadro de saúde, levando-a a uma insuficiência respiratória que culminou em seu falecimento.

Nascida e criada em solo maranhense, Terezinha dedicou sua vida ao estudo do potencial terapêutico das plantas. Sua paixão pelas ervas medicinais floresceu desde a infância, uma herança de seu avô, e a impulsionou a se formar em Botânica pela Universidade Federal do Maranhão, em 1957.

Ao longo de mais de cinco décadas, a professora trabalhou incansavelmente na Universidade Federal do Maranhão, inspirando gerações de estudantes de farmácia e desbravando os segredos da medicina popular através da fitoterapia. Sua contribuição não se limitou às salas de aula e laboratórios de pesquisa; ela fundou o Herbário Ático Seabra, onde catalogou quase 11 mil espécies que caracterizam a rica flora maranhense.

Terezinha Rêgo não apenas estudou as plantas, mas também as levou às comunidades carentes, instalando hortas medicinais nas periferias de São Luís. Seu objetivo era proporcionar acesso a tratamentos naturais, enfrentando as dificuldades de acesso aos medicamentos convencionais.

Seu trabalho incansável resultou em mais de 48 produtos naturais lançados e diversos livros dedicados à fitoterapia e chás medicinais. Entre suas conquistas mais notáveis, destaca-se o desenvolvimento de um medicamento para sinusite, rinite alérgica e adenoide, após 20 anos de pesquisa.

Além disso, seu estudo da chanana, uma flor amarela com propriedades imunológicas, trouxe esperança para pacientes com câncer, com evidências de fortalecimento do sistema imunológico.

O legado de Terezinha Rêgo vai além de suas descobertas científicas; ela deixa um exemplo de dedicação, paixão e compromisso com o bem-estar da comunidade maranhense. Seu falecimento deixa um vazio irreparável no campo da fitoterapia e na alma daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la.