A Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra desvios de recursos públicos federais destinados à saúde, educação e assistência social em municípios do Piauí, apreendendo mais de R$ 1,6 milhão durante a “Operação Conectados”, deflagrada nesta terça-feira (30).

O montante foi apreendido em um dos locais onde foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Além disso, houve ordem de sequestro de bens e valores.

Segundo a PF, os recursos desviados eram provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS).

Nove mandados foram cumpridos em Teresina e dois em Oeiras, no Sul do estado, todos expedidos pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária de Floriano.

A investigação teve início a partir de um Relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que apontou indícios de fraude e direcionamento das contratações em benefício de uma empresa específica.

Foi identificado que o empresário à frente da empresa atuava como laranja, havendo conexões entre ele e uma empresa de contabilidade em Teresina. Essa empresa, que possivelmente conta com um vereador da capital como sócio, também estaria envolvida nas fraudes. A identidade do agente político não foi divulgada.

“As apurações evidenciaram simulação de competição nos certames, devido a conluio fraudulento entre empresas e superfaturamento por sobrepreço, o que ensejou o sequestro de bens e valores em montante superior a R$ 2 milhões”, explicou a PF em nota.

Além disso, constatou-se a participação de um servidor público atuante na Prefeitura de Oeiras nas fraudes licitatórias.

As ações visam interromper a prática criminosa, reunir provas para fortalecer a investigação e identificar outros envolvidos, tanto funcionários públicos quanto particulares. A polícia também pretende recuperar bens e ativos adquiridos com os recursos desviados de setores como saúde, educação e assistência social.

Até o momento, está sendo apurado o crime de frustração do caráter competitivo de licitação, porém, a Polícia Federal suspeita que outros delitos possam ser constatados ao longo da investigação.