Uma briga entre vizinhos acabou em morte na cidade de Vitória, no Espírito Santo, nesse sábado, 20, após uma discussão por causa de cachorro. O advogado Luis Hormindo França da Costa, de 33 anos, foi preso por matar o aposentado Manoel de Oliveira Pepino, de 73 anos, durante uma intensa troca de tiros entre os dois.

Conforme a polícia, os dois eram vizinhos e se desentenderam por causa de um cachorro sem coleira. A briga aconteceu na rua Aníbal Vieira Rabaioli, no bairro Mata da Praia, próximo à casa do aposentado.

Segundo a esposa da vítima, Marília Pepino, Manoel estava sentado com ela e o cachorro da família, na praça. O animal estava sem coleira e sem focinheira, por ser considerado dócil pelos seus tutores.

Uma discussão começou quando os cachorros se cheiraram, e o advogado disse que já tinha avisado sobre o animal estar solto.

Aqui na frente de casa a gente não via essa necessidade [de estar na coleira]. A gente saiu à noite para sentar na praça junto com o cachorro, o Lobo. Como é um cachorro dócil, a gente ficou ali com ele sentado e veio este homem com o cachorro dele na coleira”, lembra Marilia.

“Ele parou, o Lobo foi cheirar o cachorro dele e ele começou a dizer: ‘Seu velho, você ainda vai se dar mal. Eu já pedi para você colocar esse cachorro na coleira’. Aí meu marido falou: ‘O seu cachorro é bravo. Ele não, ele é dócil’”, falou a esposa.

Segundo Marília, a discussão acirrou, com muitos xingamentos e ameaças, e o idoso foi em casa se armar. Quando retornou, a troca de tiros aconteceu.

O advogado alegou à Polícia Militar que o aposentado teria começado a disparar. Já a esposa de Manoel afirmou que foi o acusado quem disparou primeiro.

Um dos tiros também acertou o cachorro da família, que está internado, e uma janela da casa do aposentado. Moradores da Mata da Praia disseram que ouviram mais de 30 disparos.

De acordo com a Polícia Militar, o advogado disse que ele e o idoso já haviam se desentendido por causa dos cachorros. A mesma informação foi dada por amigos e parentes do aposentado.

A defesa afirmou que os disparos realizados por Luis Hormindo França da Costa foram de defesa. Disse que o advogado atirou mais de uma vez, revidando os disparos que teriam iniciado pelo aposentado.

A defesa disse ainda que o cachorro foi atingido por acidente, não houve tiro intencional para matar o cachorro. O advogado Leonardo Gagno reforçou que o cliente usa arma de fogo com autorização e registro.