Um despacho do Departamento Estadual de Execução Criminal de São Paulo pediu “máxima urgência” nas providências para a extradição da cantora Reisla da Vitória, presa na cidade americana de Medford, em Massachusetts, em 26 de julho. O documento assinado nesta segunda-feira pelo juiz José Augusto Franca Júnior determina a preparação da lista de documentos exigidos para que a mulher condenada por tráfico internacional de drogas seja extraditada para o Brasil.

Reisla, de 35 anos, teve o nome inserido na difusão vermelha da Interpol. A artista aguarda a realização de uma audiência judicial marcada para dia 10 de agosto. Na ocasião, ela deve ter confirmada a extradição.

A brasileira foi presa em flagrante em 23 de outubro de 2019, quando transportava cerca de três quilos de cocaína em um ônibus que saiu de Corumbá (MS) com destino à cidade de São Paulo. Ela foi detida na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Assis (SP), e confessou o crime.

Reisla foi condenada em fevereiro de 2022 a cinco anos e oito meses de prisão, na 3ª Vara Criminal e da Infância e Juventude da cidade de Assis, no interior de São Paulo. A cantora, no entanto, vivia nos Estados Unidos desde março de 2020.

A prisão de Reisla aconteceu após agentes da ERO terem sido notificados de que ela era uma “fugitiva estrangeira”. Em dezembro do ano passado, a 3ª Vara Criminal de Assis expediu mandado de prisão contra a brasileira e, no dia 18 de julho, as autoridades notificaram o ERO Boston de que ela estava em Massachusetts.

“Esta não cidadã indocumentada fugiu para Massachusetts para escapar da justiça em seu país de origem”, afirmou Todd Lyons, diretor do escritório do ERO Boston, em comunicado oficial. “Ela é uma traficante de drogas condenada que demonstrou um flagrante desrespeito às leis de sua terra natal, bem como às leis de imigração nos EUA”, acrescenta o texto.

A brasileira entrou legalmente nos EUA pelo Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York. Reisla usava um visto de turista e estava autorizada a permanecer no país até setembro de 2020. Nesta altura, ela já tinha sido condenada em primeira instância e aguardava o resultado de um recurso.

Quando o resultado apelação saiu, a Reisla já estava nos EUA. Ela foi cuidar de uma senhora idosa, e acabou ficando lá e por conta disso acabou frequentando festas, fazendo karaokê, e chamando o povo para cantar. Então ela era paga em alguns bares de brasileiros e ela ia para a frente para cantar, ela era o chamariz. Ela fazia o showzinho e chamava o povo para participar, e o povo estando no bar, gastava — explica o advogado da brasileira, Isaac De Moura Florêncio.

Reisla acabou ficando nos EUA após a morte da idosa que era responsável por cuidar, prossegue o advogado. A brasileira então acabou ficando no país.

— Ela não voltou por causa de condição financeira, o que ela fazia lá era para se manter, não foi para ganhar dinheiro. Ela levava uma vida de pobre, sem regalias — diz Florêncio.

A cantora tem uma audiência marcada para dia 10 de agosto. Na ocasião, a Justiça americana vai decidir sobre a extradição de Reisla.

— Nós, de cá, não temos o que fazer, o que pedir nos Estados Unidos. A legislação é diferente em todos os prismas, principalmente o tráfico internacional de drogas, que é a condenação dela. Ela chegando aqui será presa em regime fechado e vai cumprir o tempo dela de regime fechado — finaliza o advogado.

Com informações do jornal O Globo