Domingo, 26 de março de 2017, dona Francisca das Chagas da Silva Bayma, 61 anos, começou a passar mal em sua residência que fica localizada na Rua Goiânia, bairro Santo Antônio. Por volta das 18:30 um dos filhos ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que enviou uma ambulância ao local, após serem realizados os primeiros atendimentos a equipe médica da viatura solicitou que a central enviasse uma ambulância mais equipada (UTI Móvel) para que a paciente fosse levada com urgência ao hospital do município.
Chagando ao local a idosa foi encaminhada a sala de emergência do HGM e somente após meia hora de espera o médico teria aparecido. Algum tempo depois a filha constatou uma piora no quadro clinico de sua mãe e chamou imediatamente uma enfermeira que pediu sua transferência para a sala de reanimação, onde a paciente ficou sendo monitoranda durante toda a noite de domingo e madrugada de segunda.
A filha da idosa relata que na manhã da segunda-feira (27) aconteceu a troca dos médicos plantonistas, e que o novo médico somente teria aparecido após ela ter reivindicado sua presença. Depois de aparecer o profissional teria pedido apenas alguns exames que deveriam ser feitos em uma clínica particular.
Demora na ambulância
A filha da vítima relatou também que uma das enfermeiras teria solicitado uma ambulância ao SAMU para que sua mãe fosse levada até o local onde os exames seriam realizados. No entanto o veículo só foi enviado uma hora depois, quando já era tarde demais. Dona Francisca das Chagas da Silva Bayma faleceu dentro do HGM, deixando 2 filhos e três jovens netos.
“Já que lá não tem estrutura nenhuma, ele (médico) deveria me chamar, chamar a família, e dizer olha aqui não tem estrutura nenhuma para a tua mãe, mas se tu quiser pega um carro e leva ela pra UPA, que na UPA tem como eles fazerem um eletro (…), mas não, foi só botar ela na sala de monitoramento e foi só isso”, lamentou Claudete da Silva, que é filha de dona Francisca.
Família aponta os culpados
A Família de dona Francisca está indignada com o acontecido e culpa a falta de atendimento, estrutura e também os enfermeiros e médicos.
“Eu acho que foi falta de atendimento, de estrutura do hospital, de boa vontade dos enfermeiros, do médico. O médico duas vezes eu fui acordar ele, pra ele olhar lá, porque a pressão dela baixou demais”, disse Claudete da Silva.
Testemunha culpa o SAMU pelo acontecido
Um profissional da rede municipal de saúde, que acompanhou todo o caso, entrou em contato com o Blog do Marco Silva relatando que não ocorreu falta de assistência do HGM e sim negligência por parte da médica do SAMU, que teria se negado a enviar a ambulância, mesmo a enfermeira explicando a gravidade da paciente.

O experiente profissional avalia que se a ambulância USA (Unidade de Suporte Avançado) do SAMU tivesse sido enviada a tempo a vida da dona Francisca teria sido salva, pois o médico da unidade teria instituído cuidados semi-intensivos.
Governo não responde
Durante dois dias seguidos tentamos obter respostas por parte do governo municipal, no entanto a diretora do SAMU não atendeu nossas ligações e nem respondeu as nossas mensagens. A secretária municipal de saúde e a diretora do HGM prometeram nos enviar uma nota, mas isso não aconteceu até o fechamento desta matéria.