Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (13) o governador Flávio Dino disse que o Brasil vive o momento em que a ausência do presidente da República é bem-vinda, o que constitui, em sua visão, uma negação quase conceitual da noção de presidencialismo. “Quanto mais ausente ele está, melhor para o país e isso é um grave problema. O estilo dele é singular, ele tem problemas que o cercam, cercam seus amigos, familiares, aparentados. Ele deseja estancar processos judiciais, a atitude pessoal dele depende muito desses processos judiciais”, disse Dino.

Ao ser questionado sobre a ocupação de cargos civis públicos por militares, o governador afirmou ter sido uma reação corporativista a dos militares diante da reflexão feita pelo ministro Gilmar Mendes, qual seja, a de que hoje, o Brasil possui uma alta ocupação no serviço público civil por militares.

“Vemos isso em relação ao tema dos militares que reagem mal a uma crítica como se fossem intocáveis. Qual instituição humana é intocável? Se eles se vinculassem estritamente ao que está na Constituição Federal, ou seja, cuidar da defesa externa do país, não estariam submetidos ao debate político. Quando eles começam a exercer funções políticas, eles estão submetidos ao debate político, inclusive para serem criticados. Se não querem ser criticados não assumam funções públicas”, pontuou o governador do Maranhão.

Flávio Dino comentou ainda sobre a inconstitucionalidade da última GLO ambiental proposta pelo Governo Federal. “Há no decreto algo estranho e inconstitucional, ilegal no sentido de que pelo decreto, o comando de todas as ações ambientais, inclusive as fiscalizações, migrem das autoridades civis para as Forças Armadas. Não considero isso condizente com a ordem jurídica”, concluiu Dino.

Ascom