A crise provocada pelo novo coronavírus acaba de fazer a primeira vítima em Codó. Com várias despesas acumuladas, a loja Passuss Calçados não suportou ficar de portas fechadas e anunciou que está encerrando suas atividades na principal rua do comércio da cidade, a Rua Afonso Pena.

Inaugurada em 2019, a loja de calçados pertence aos empresários Vanderlucio Dias (dono da BH Calçados) e Andrey Nogueira (proprietário da Impacto Calçados). A empresa possuía gastos mensais de R$ 11 mil somente com funcionários e aluguel.

Em entrevista ao Blog do Marco Silva, o empresário Vanderlucio Dias disse que ele e seu sócio analisaram o atual momento econômico do município e chegaram à conclusão de que não conseguiriam manter as despesas com o comércio fechado e sem previsão de reabertura.

“Diante desse cenário de lojas fechadas, comércio todo fechado, nós não temos como manter aluguel, folha de pagamento e outras despesas além de fornecedores, despesas fixas além de fornecedores. Então, quanto mais tempo isso se passar, mais difícil a gente retornar com as atividades. Então a gente achou melhor dispensar os quatro funcionários e entregar o ponto em definitivo, uma vez que a gente não tem como essa despesa durante esse tempo que nós não temos certeza quanto tempo isso vai durar (…)”, explicou o Vanderlucio.

O empresário lamentou a decisão do governo estadual em determinar o fechamento do comércio local. Ele disse acreditar que é possível as lojas funcionarem sem aglomeração de pessoas e respeitando as orientações básicas para evitar a propagação do Covid-19.

“O nosso ramo, loja de calçados, mesmo antes da crise já não tinha aglomerações. No momento, o fluxo de pessoas, na última semana que estivemos abertos, na segunda semana de março, o movimento já caiu cerca de 70%. Então assim, já não tinha aglomerações. Eu acho que pelo menos enquanto o vírus não chegue de fato na nossa cidade e ainda não está circulando, pelo menos não oficialmente, a gente poderia tá mantendo as lojas abertas com quadro reduzido, com restrições de entrada, com uma pessoa, um profissional, um funcionário com álcool em gel na frente da loja pra receber os clientes, tomando o cuidado de limpar os assentos todos. Eu acho que daria pra funcionar pelo menos enquanto essa pandemia não chegue em nosso município (…)”, pontou.

O empresário encerrou afirmando que não vai conseguir manter as despesas da BH Calçados por muito tempo com o comércio fechado. Ele prevê que também poderá fechar as portas da loja em definitivo caso a crise permaneça e nada seja feito pelos governantes (assista a entrevista abaixo).