Em Caxias, muitos se perguntam o que fez o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB), recusar proposta formalizada pelo secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, que sugere passar os custeios da Maternidade Carmosina Coutinho para o governo do Maranhão, já que Gentil vem alegando falta de recursos para gerir a Saúde do município. A dificuldade orçamentária teria sido um dos fatores que supostamente levaram a Prefeitura a fechar as portas do Hospital Geral da Cidade, limitando o atendimento público apenas ao Hospital Macrorregional de Caxias – de responsabilidade do governo.
Caso a gestão da Maternidade passasse a ser realizada pelo poder executivo estadual, a Prefeitura de Caxias teria uma economia de cerca de R$ 1,5 milhão por mês, afirma a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
No ofício enviado a Gentil, o secretário Carlos Lula diz considerar a importância “da maternidade para o atendimento de alto risco na região” e “do atendimento materno infantil” para o Maranhão, ao sugerir que o “custeio integral” passasse da prefeitura para a gestão da SES.
O motivo que fez a Prefeitura de Caxias recusar a proposta enviada pela SES ainda é uma incógnita. O veto intrigou o próprio Carlos Lula, já que Gentil reivindica falta de repasses estaduais que giram em torno de R$ 1,5 milhão para a Saúde do município.
Dados do Portal da Transparência, no entanto, contestam as alegações do prefeito. As informações oficiais revelam que só em 2017, o governo do Maranhão já repassou mais de R$ 24 milhões para a saúde de Caxias, e que, além das verbas estaduais, a Prefeitura da cidade recebe ainda um aporte mensal de R$ 5 milhões federais para a manutenção de serviços de saúde na cidade.
Carlos Lula chegou a desafiar o prefeito a provar que a gestão do Estado estaria cortando verbas para Caxias e mostrar publicamente quanto a Prefeitura gasta com o setor. Desafio até agora sem resposta do prefeito.
Em tempo
No meio da crise na gestão da saúde municipal de Caxias, outro detalhe que chamou atenção foi o anúncio do show de Wesley Safadão no aniversário da cidade, que completa 181 anos de emancipação no dia 1º de agosto.
O cachê do forrozeiro está entre os mais caros do país. A Prefeitura de Caxias deve desembolsar meio milhão dos cofres públicos para bancar a apresentação de Safadão.
Uma estranha matemática deve rondar a cabeça do prefeito Fábio Gentil. Enquanto a prefeitura reivindica do governo do Estado R$ 1,5, milhão em repasses porque está em crise na saúde, o Governo oferece o custeio integral (de R$ 1,5 milhão por mês) da maternidade pública mais importante da região. Ao mesmo tempo ele recusa a oferta e anuncia show milionário de Wesley Safadão na cidade, a serem pagos pelos “deficitários” cofres públicos municipais de Caxias.
O resultado dessa conta por enquanto quem vem pagando é a população caxiense com o fechamento de unidades hospitalares e a precarização dos serviços de saúde pública oferecidos pelo município.

Fonte: John Cutrim